Eu posso ser o Seu Demônio.

A Bailarina me disse que a Briza disse a ela: "Escrever é desenhar o que se sente..." A Briza estava certa!

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Location: Recife, PE

Friday, July 29, 2005

Amor. 1.



Amor. Na minha humilde opinião, não existe melhor palavra para dar início a essa linha tênue de pensamentos gerais.

Preciso confessar que nunca fui bom na ambígua arte de amar. Sentimentos que se misturam de tal forma, que confundem o intimo e levam o ser ao estado máximo do sentir. Se pararmos com o exercício do egoísmo mórbido e cavarmos um limpo espaço no centro dos nossos desejos, conseguiríamos experimentar o mais primoroso sabor de vida que a alma humana é capaz de absolver.

Tudo bem, todos sabem que nem tudo é azul nesse oceano de sentimentos. O humor negro que habita a mente dos amantes, inconscientemente prega peças em seus inocentes hóspedes. Pobres escravos do querer. Até onde isso é edificante?

O medo é o laço que une os adoradores do outro, contudo é certo dizer que o medo é fruto do novo, do desconhecido. Pensando assim tudo se torna mais ameno, mais humano. Sabe-se que a suposta paz que é prima-imã do amor, revela-se de total inconstância de consistência liquida, como se a verdade realmente viesse à tona.... “O amor e todos os sentimentos que se agregam a ele, são definitivamente incontroláveis!”

É preciso saber que o ouro que dizem estar escondido no final do arco-íres é apenas brinquedo do inconsciente coletivo, não só nos poemas, estou certo disso. É uma triste escolha, meus amigos, correr livre em busca de outrem, que te promete à lua e te da o corpo, pois a alma dificilmente se liberta...

...Ou trancar-se em si mesmo e fingir ser produto do seu próprio eu.

Sozinho! Com a companhia da mais nefasta sensação de felicidade. Estampando no rosto o sorriso dos bem aventurados, anti- românticos, céticos e certos de suas pretensões. Tudo isso é muito lindo, quando se engole a fantasia de que o homem pode se isolar sem carregar consigo as seqüelas da solidão! Mas eu não sei amar. Já experimentei alguns incidentes desastrados, que me deixaram ainda mais reticente e curioso para divertir-me também nessa viscosa teia que envolve a humanidade.

Os “amantes” acreditam em destino, não que isso seja uma exclusividade deles, mas o fato é que existem pessoas que realmente nasceram com o vicio do amor (paixão). Se sozinhos, estão sempre sofrendo de carência, se acompanhados, sentem uma extrema dificuldade de serem fieis. É bizarro, mas de fato o querer não se restringe a apenas dois, tampouco a um só.

A poligamia e o adultério são seguimentos do instinto humano que tentamos incessantemente esconder do mundo, de forma que essa luta se torna inútil, pois o desejo é tão forte quanto o desejo de não desejar.

Um dia me disseram que tudo que é sonho, é ao mesmo tempo real. Não sei se deveria ousar tocar no delicado véu que envolve esse contexto, mas o que seria de nós se tivéssemos que respeitar tudo o que não é totalmente concreto?

Tuesday, July 26, 2005

E aquele B...?

...E ela me viu, antes de deitar, na sombra de uma árvore. Esperando. Também vi, e foi tão bom! Por que não parecia estranho, pelo contrário, eu vi o desenho em suas costas (pude até toca-lo) e nós falamos do verde como se fosse normal, ali, naquela hora.

Agora poderíamos tocar naquelas idéias, olhando tudo em volta com um pouco mais de entusiasmo. Na subida da ponte recebi de presente um sorriso, enquanto do outro lado havia o protesto de quem estava no mundo real... Olhamos...

Seguimos o caminho das flores, até a enorme árvore que repousava ha séculos naquela praça, mas não haviam flores caídas naquele chão. Nem tudo tem uma explicação lógica, entendemos que aquela não era a hora das flores para ela e olhamos tudo ao nosso redor.

Não era surpresa alguma constatar que o anjo tinha um gosto dos melhores (até parecia adivinhar pensamentos), e ali, naquele banco, fomos ainda mais longe! Quando parecia haver limite entre a vergonha e a afinidade extrema, os sorrisos brincavam e nos mostrava que o limite não era mais ali.

Piadas e sonhos se confundiam em um só enredo, como se nada fosse realmente importante e como se tudo fosse o motivo de nossas vidas. Imaginei nossas mãos dadas, mas só imaginei.


O segundo ato, onde imaginamos cenas de filmes que não poderíamos fotografar. Foi ali que algo diferente fez os olhos piscarem, tentando disfarçar aquele toque azul.


Subimos para ver o sol... ( Esqueci do fato que ela fica tão linda com “raiva”.)... Eu preferi olhar o mar, e o sol também, só pra ficar um pouco mais perto... Sei lá. De fato aquela brincadeira divina estava indo de vento em popa, nada era planejado, era como se tudo já estivesse escrito (como nos filmes que não fotografamos...) , até o céu resolveu se pintar de púrpura e ela adora o lilás.

Noite. "Sem lua". O frio que congela, agora é uma bela carta na manga, fazendo com que aqueles que já estavam tão perto (em distância e afinidade), se tornassem praticamente um só. Reclamar de que? O que são as horas? Fome? Sede? Não, nada mais existia, além do toque dos nossos braços dentro da manga do mesmo casaco vermelho. Com certeza, foi o ponto alto.

Entre uma música pela metade e observações do céu, aquele azul me roubava o norte, como se Bourrée e Júpiter fossem meros figurantes (daqueles filmes, que não fotografamos). Aí eu beijei seus cabelos e ela olhou a cidade do alto, de pé, sem medo de cair. Eu me lembro de ter pensado o seguinte: "Anjinha, lembra do dia em que nos conhecemos? Lembra daquela tarde, em Recife, há tantos anos atraz ??”(piegas.... eu sei).

A inevitável hora da partida se aproximava, e eu não tava nem aí, descendo escadas sem fim, para ganhar a rua de encontro ao desencontro. Todo aquele vento frio, que tanto foi útil, agora nos inebriava e o conforto se desconfortou. Um pouco.

Pronto! Lá vai ela pra longe de mim, mas antes disso, aquele abraço que eu gostei e os dois beijos na face, que me pareceram se arrastar por um pouquinho mais de tempo... Por que quando o momento é bom, parece passar em câmera lenta. (como nos filmes que não fotografamos.)

Monday, July 25, 2005

Reinvento.


Há muito tempo eu não compartilhava de uma sensação tão sublime e deliciosa. Voltei a provar para mim mesmo, que as pessoas tem escondidas dentro de si, o dom de acalentar as almas dos que estão abatidos pelas chagas dessa vida.

Permiti-me tomar as rédeas e fazer o bem por um momento. Sinto-me mais vivo hoje do que ontem, quando parecia tão triste. É incrível como as pessoas buscam forças em sua própria fraqueza.

Pensei eu não ser capaz, naquele momento, de prover tão límpido sentimento, porém eu mesmo me mostrei o contrário e com o auxílio das minhas poucas palavras, transformei água em vinho e bebemos a noite toda.



“Como uma semente”

Perdido na imensa estrada que eu nunca irei trilhar,

Faço parte da peculiar paisagem noturna,

Preso e silencioso, tento livrar-me das pedras,

A fim de beber da fonte que me fará crescer...

Minha única esperança é o tempo, que lentamente posso ver,

Quantas luas já vi morrer?

Porque ser assim se não posso ser?

Como uma semente, o início de tudo...

Partículas de vida explodem cintilantes, quando penso em minha grandeza.

Fecho os olhos e vejo fogo em minhas mãos dormentes,

Volto a mim e me bestifico com as estrelas cadentes,

O ultimo grito de vida daquele astro luminoso...

Como tudo pode ser tão fantástico e tão óbvio?

O universo pode ser apenas uma expansão da mente,

O nada não explica a força ausente,

E plantado nesse nada, eu espero crescer e entender, como uma semente.