Cinza.
Fale-me dos lábios da morte tocando o seu rosto?
Diga-me como se sente? Fria talvez...
Como se ela fosse uma amiga intima e perigosa,
A porta, que aos poucos desaparece no infinito...
Infinito colorido e atraente, como o sorriso de uma deusa,
Nefasta deusa, que te confunde e te trucida...
Causando o holocausto da tua mente puritana,
E transviando os teus benéficos pensamentos...
Num labirinto repleto de semblantes em pranto,
O teu rosto será mais um, neste mural em decomposição,
Cortar-se talvez seja a única forma de sentires o prazer de um orgasmo,
Lúgubre nostalgia... O teu Deus é apenas um mito...
Enxugue o teu rosto, agora quase sem vida,
E livre-se da corrosiva luz do sol,
Se entregue ao tal sentimento de inércia e torpor eterno,
Se vista de negro, e caminhe, para todo o sempre, sem rumo...