Eu posso ser o Seu Demônio.

A Bailarina me disse que a Briza disse a ela: "Escrever é desenhar o que se sente..." A Briza estava certa!

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Location: Recife, PE

Wednesday, September 20, 2006

ÍRIS.

Íris acreditava em reencarnação. Quando era ainda criança, seus pais passavam as férias num sítio no interior. Em suas nítidas lembranças, ela conseguia reconstruir as imagens, os sons e os seus cheiros favoritos deste lugar.
Filha única e de família grande, mas distante, Íris passava seus meses de férias praticamente sozinha, compartilhando suas dúvidas, seus desejos e se divertindo a valer com os cavalos, patos e leitõezinhos, que ela amava tanto.
Todas as manhãs Íris caminhava até os limites do sítio, de encontro às margens de um rio que cortava o terreno, sempre acompanhada por sua babá e por Pink, uma porquinha rosada que era o seu bichinho predileto, entre tantos que haviam lá. Era incrível a paixão da Pink pelo rio e de Íris pela Pink.
Numa dessas manhãs de sol ameno, dessas perfeitas para respirar o ar puro do campo, Íris tomou coragem para entrar no rio pela primeira vez, para acompanhar sua porquinha numa divertida brincadeira na água. Madalena, a babá, mesmo muito receosa, não resistiu por muito tempo aos pedidos chorosos da menina Íris e concedeu-lhe o direito de entrar no rio, desde que não saísse de perto da margem. A garotinha pulou nos braços da babá com um sorriso grato no rosto e logo estavam ela e Pink dentro d’água.
Madalena logo se sentiu segura, vendo que a garota nadava muito bem e lhe obedecia ao não sair da beira do rio. A água estava tranqüila e realmente não havia muito que temer. Deitou-se em uma enorme rocha na margem e de lá podia vigiar a pequena Íris, nadando feliz...


Madalena acordou sobre-saltada com os gritos de Íris. Procurou-a com os olhos, mas não conseguiu vê-la. Gritou desesperada por socorro quando pensou que a menina poderia ter se afogado, mas não ouviu nenhuma resposta ao apelo. O fato era que, se Íris ainda estivesse viva, dispunha de pouco tempo e ela, mesmo sem saber nadar, tinha que entrar no rio e tentar tirar a garotinha de lá o mais rápido possível.
Sem pensar, a babá jogou-se do rochedo e caiu nas águas escuras do rio sem se desfazer do seu longo vestido. Ao cair na água, sentiu o frio do pânico quando procurou o chão e não o achou. Moveu os braços e pernas com força e o mais rápido que pôde. Sedenta por um trago de ar.
A pobre madalena foi infeliz ao se jogar numa parte muito profunda do rio. Ainda conseguiu subir para respirar três ou quatro vezes, depois desistiu de viver.
Na outra margem, assistia á cena na sombra de uma mangueira a porquinha Pink no auge da sua irracionalidade...

7 Comments:

Blogger D ... said...

melhor eu começar a desconfiar do aparentemente irracional...

tão inspirado, tu. dá até medo.

2:48 PM  
Anonymous Anonymous said...

nada...

2:07 PM  
Anonymous Anonymous said...

adorei o céu da tarde

2:08 PM  
Blogger D ... said...

menino, eu preciso dizer que mais de um mês eu não suporto.

10:42 AM  
Blogger Alexandre Guterres said...

o novo será breve!

5:27 AM  
Anonymous Anonymous said...

iiihhhh
tas devagar hein!? hehehe

conta mais pim! so quer saber de negocio de filme agora! oxe! :P


te amooo!

5:17 PM  
Anonymous Anonymous said...

iiihhhh
tas devagar hein!? hehehe

conta mais pim! so quer saber de negocio de filme agora! oxe! :P


te amooo!

5:17 PM  

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